quinta-feira, 8 de julho de 2010

comerciantes de barreiros

Burocracia emperra ajuda a empresários
Municípios vivem incerteza sobre prazos e critérios para liberação de recursos prometidos pelo governo federal após a enchente.

A notícia de que o governo federal vai socorrer os municípios em estado de calamidade em Pernambuco e Alagoas, com a liberação de R$ 1 bilhão para financiar capital de giro de empresas, animou, mas não resolveu os problemas dos comerciantes e pequenos industriais das cidades destruídas. É que a urgência com que esses pequenos e médios empresários precisam retomar suas atividades esbarra na burocracia. Ontem, a incerteza sobre prazos e critérios para a liberação desses recursos deixou o clima tenso na reunião entre uma comissão dos setores produtivos de Barreiros, na Mata Sul, e representantes dos bancos privados e públicos, governo do estado e Sebrae
Com dívidas a vencer, funcionários e fornecedores a pagar, nenhum centavo em caixa e sem recursos materiais e infraestrutura, a maioria dos comerciantes de Barreiros não sabe por onde nem como fazer para reabrir as portas. Além disso, a resposta que eles querem sobre quando terão acesso ao montante liberado pelo governo federal não tem data para ser formulada. De acordo com o presidente da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD Diper), Jenner Guimarães, o governo estadual está dependendo de um posicionamento da Casa Civil e do Ministério da Fazenda para que seja criado um marco legal que regulamente a linha de financiamento especial para a liberação desse dinheiro. "É natural pela situação dos comerciantes que exista essa ansiedade. Nós entendemos, mas não se pode liberar esse dinheiro através de uma linha qualquer. Ele tem que chegar da maneira correta. Se for com as normas atuais, a maioria desses empresários será barrada", explicou.
Ontem à noite, o governador Eduardo Campos se reuniu com o presidente do Sebrae nacional, Paulo Okamotto, para tratar do assunto e tentar viabilizar a regulamentação desse crédito pelo governo federal. O que o Executivo estadual está propondo à Casa Civil é que esse empréstimo possa ser tomado entre cinco a dez dias após ser solicitado, com carência de dois anos, prazo de dez anos para pagar e juros de 3% a 4,5% ao ano. A sugestão está sendo avaliada em Brasília.
Algumas soluções já estão sendo adotadas pelos bancos para tentar equilibrar a vida financeira de pessoas físicas e jurídicas dessas cidades. A Caixa montou uma agência dentro de um contêiner na Praça da Igreja Matriz, onde começou a pagar os benefícios para a população, como Bolsa Família, pensões e aposentadorias e liberação do FGTS. O Banco Real deixará de descontar da folha salarial dos servidores estaduais e municipais das áreas atingidas o valor referente ao empréstimo consignado pelos próximos três meses. Já o Banco do Brasil rolou a cobrança das três próximas parcelas do pagamento da linha BB Giro Rápido para o final das prestações e vai renegociar a dívida de quem contratou pelas linhas BB Giro Flex e BB Mix Pasep, dando mais fôlego para os comerciantes. "Precisamos desde renegociar dívidas até reconstruir a parte física. Só queremos que as regras do jogo fiquem claras para sabermos como agir", apelou um dos representantes da comissão dos setores produtivos de Barreiros, Josenildo Muniz.

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